Ando meio atrasada. Isso já tem um tempo, até já se tornou normal para mim. Ando esperando mais do próximo dia do que de mim mesma. Não vejo a hora das coisas acontecerem, mas não procuro encontrar uma forma de fazê-las acontecer. Eu sei que o tempo está passando, e não há nada que possa fazer para evitar isso. Sei que o tempo não está nem aí para meus atrasos ou indecisões. Passo dia após dia dizendo que amanhã será diferente, mas nunca é. O amanhã jamais chegou. Quero viver fora desse sistema, permanecer distante dos planos e da organização. Queria que estivéssemos em uma época que já existiu, onde se podia ser livre, distante de todo esse barulho, longe do caos e do conformismo. Sei que pareço maluca às vezes. E não tenho nenhum “mas” para isso. Fico pensativa, imaginando o que vem a seguir. Às vezes tenho medo, às vezes fico apavorada. E às vezes não vejo a hora de saber. Sinto-me corajosa quando tenho diante de mim um papel em branco, mas não quando vejo a estrada bifurcada de incontáveis caminhos por onde posso seguir. Sou indecisa, sou uma confusão. As pessoas lá fora querem o que todos querem, e às vezes preciso me perguntar se não sou eu a errada da história. Mas isso não dura. Sei que não sou. Sei o que tenho que fazer, mais ou menos, apenas não sei por onde começar. Não sei de onde tirar coragem para encarar aquela estrada. Não sei como mostrar para eles a pessoa por trás das palavras escritas no papel. Sou crítica comigo mesma, é assustador o quanto me reprovo. Diariamente. Acho que não deveria sentir medo do que há lá fora, ninguém seria mais cruel comigo do que eu mesma. Eu vejo os planos, eu vejo o desespero, a procura incessante pelo conforto, pelo conformismo. A segurança de ser alguém qualquer, que consegue pagar as contas no fim do mês. Isso é mesmo tão bom assim? Sinto-me má por dizer isso, mas estamos todos enganados, todos sendo enganados. Não existe nenhuma segurança. Não existe felicidade programada e não existe liberdade na zona de conforto. E definitivamente, não é lá que eu quero ficar.
Escrevi esse texto já tem alguns anos, o encontrei hoje em meio aos meus arquivos bagunçados e decidi coloca-lo aqui, para que ele possa se perder nesse universo infinito de sentimentos adormecidos e palavras esquecidas.
ps: Estou feliz por ter escrito o que sentia, e feliz por ter, finalmente, dado aquele primeiro passo pela estrada bifurcada. Porque agora estou encontrando o meu caminho.
๑•ิ.•ั๑ E esse caminho é a via da própria vida. Jamais devemos desistir nem parar no meio do caminho. Devemos percorrer nossa estrada por mais que encontremos percalços… Lá no final, algo de maravilhoso nos espera, pode ter certeza.
Beijos de chocolate e muito mais amor e paz!
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Adorei seu comentário, Lu! Muito obrigada ❤ um beijão pra você também!
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Eu me sinto assim muitas vezes ainda, perdida.
Parabens pelo texto!
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Muito obrigada, Tati! ❤
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Mas continue, assim penso, vivendo o presente. Continues a semear bem, você fez o que pode em cada momento que passou e já passou. Aprendizados e se necessários, novas maneiras de agir. Assim é a vida é quem faz nossa felicidade somos nós e ninguém é culpado se não formos. Somos o comandante de nossa vida, de nossas escolhas!
❤️❤️❤️❤️❤️
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Adorei seu comentário, Tati ❤ Obrigada pela presença (: Beijão!
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Eu quem agradece ❤️🙃
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Que linda decisão de compartilhar algo tão íntimo! Identifiquei-me com algumas partes do texto. Desejo toda a luz 💙
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Muito obrigada! Fico feliz que você tenha gostado! Beijo e muita luz pra você ❤
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Que lindo seu texto! Você escreve de uma forma que prende a atenção e nos faz viajar nas palavras 🙂
Muita coragem em postar seus textos pessoais, eu tenho muita dificuldade com isso e admiro quem faz.
http://www.ondecevailoko.com
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